Futebol raiz
Quando alguém diz que “os estaduais devem morrer”, nós lamentamos muito pelo futebol raiz, precursor de quase todo grande jogador. Foram dessas equipes que surgiram diversos craques que fizeram história no mundo da bola. Sem esquecer também da vibração da torcida nos alambrados do Brasil afora.
Para ressaltar o valor do futebol raiz, vamos relembrar alguns jogos e títulos históricos que estão para sempre na memória do futebol.
Paysandu X Boca
Com o título da Copa dos Campeões de 2002, o Paysandu conquistou a vaga para a Libertadores de 2003. Mesmo com pouca experiência na competição, o Papão se classificou em primeiro no grupo, tendo pela frente nada menos que o gigante Boca Juniors.
No primeiro jogo na La Bombonera, o time argentino não teve “respeito” com o nosso Paysandu. Os rumores da torcida do Boca eram de que seria uma goleada. No entanto, não foi nada disso. Aos 22’ do segundo tempo, o estádio se calou diante do gol do Paysandu.
Apesar da vitória por 1×0 fora, o clube ficou desfalcado com o cartão vermelho do ídolo Robgol e, com o Boca inteiro para a segunda partida, o time do Paysandu não segurou o resultado e perdeu por 4×2. O que importa é que o papão não teve medo da famosa La Bombonera e fez história no futebol.
“Final Caipira”
O ano era 1990. Um Campeonato Paulista com 24 equipes no regional mais equilibrado do país. Os quatro grandes vieram com força, como o Corinthians com Neto, Tupã e companhia, campeão brasileiro naquele ano.
No entanto, a decisão do campeonato foi inesperada: Bragantino e Novorizontino, clubes do interior que marcaram a história num embate que ficou conhecido como a “final caipira”. Com um empate por 1×1 nos dois jogos, o time de Bragança Paulista levantou a taça por ter melhor campanha.
O time era comandado pelo “professô” Vanderlei Luxemburgo. Foi o segundo título da história do clube.
Juventude Campeão da Copa do Brasil de 1999
O fim dos anos 90 foram marcante na história do time de Caxias do Sul. Em 1998, o clube ganhou o campeonato gaúcho invicto. No ano seguinte, manteve a regularidade e conquistou o maior título do clube até o momento.
Com 64 participantes na época, a Copa do Brasil era um campeonato extremamente difícil de se conquistar. O time de Caxias venceu grandes equipes: Corinthians, Bahia, Fluminense e Internacional, até chegar à final contra o Botafogo-RJ.
No primeiro jogo, o Juventude ganhou por 2×1, levando a vantagem para o Maracanã. Mais de 100 mil alvinegros estavam presentes no empate por 0x0, vendo o pequeno gigante Juventude levar o título da Copa do Brasil.
América-RJ vence o Atlético de Madrid
Acredite. O time carioca fez um tour pela Europa no ano de 1977. A equipe do América tinha um bom elenco com o zagueiro Alex, os meias Léo Oliveira e Bráulio, além do atacante César.
O torneio era o Villa de Madrid. Pelas semifinais do torneio, o clube carioca enfrentou o Atlético em pleno Vicente Calderón (na época, chamado de Manzanares). Com um gol de Léo Oliveira, o time do América venceu e foi para a final.
Apesar de perderem o título para o Milan, o clube fez história ao vencer um dos gigantes do futebol europeu dentro de sua própria casa. Essa história não se apaga!
A era São Caetano
No começo dos anos 2000, o futebol brasileiro conheceu um time pesado chamado São Caetano. A sua primeira aparição no futebol nacional foi na Copa João Havelange de 2000. O clube chegou a grande decisão contra o Vasco do baixinho Romário. Porém, não deu para o Azulão.
No ano seguinte, o time voltou forte e disputou novamente a final do Brasileiro. Agora o adversário era o Athletico-PR. Mais uma vez o time ficou no “quase”, mesmo tendo a melhor campanha nos jogos classificatórios.
O auge do clube foi na Libertadores do ano seguinte. Fez uma campanha impecável e chegou à final, disputando contra o Olimpia do Paraguai. Apesar de um jogo duro nas duas partidas, mais uma vez, o São Caetano ficou com o vice.
A geração de ouro do time de ABC conquistou apenas o Paulista de 2004 no comando do técnico Muricy Ramalho. Apesar de vários “quase”, o São Caetano colocou seu nome na história do futebol brasileiro. Esperamos que em algum momento voltem a ser o Azulão que acostumamos ver.
Bom, chegamos ao fim com algumas histórias de grandes clubes regionais, aqueles sem grife, com muito amor à camisa e que marcaram a sua história. São boas provas do porquê amamos o futebol raiz.
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