Jogador Dener
Diga lá meus Fanáticos, tudo certo? Hoje eu vim contar a breve história de um craque dos gramados que, infelizmente, nos deixou cedo demais. O fenômeno Dener foi um jogador sensação da Portuguesa que morreu aos 23 anos no início de uma promissora carreira no futebol.
A história de Dener
Nascido em 2 de abril de 1971, Dener Augusto de Sousa era de uma família humilde, e após a perda do pai, aos 8 anos, ele e seus irmãos tiveram que começar a trabalhar cedo para ajudar a mãe. Por isso, apesar de ter entrado para as categorias de base da Portuguesa aos 11 anos, em 1986 precisou sair para ajudar nas despesas de casa.
O adolescente, estudava de manhã, trabalhava de tarde e à noite jogava futsal pelo cachê defendendo o Colégio Bilac, pelo qual foi campeão de torneios intercolegiais. Dener ainda teve uma breve passagem pelo São Paulo em 1988 mas não teve sucesso e após 2 meses no clube retornou para casa.
A Portuguesa
Ainda em 1988, aos 17 anos, o jovem atleta voltou as categorias de base da Associação Portuguesa de Desportos. Não demorou muito para o técnico da equipe profissional, José Wilson, levar o jogador para estar entre a equipe principal.
Durante 3 anos o jogador treinou entre os profissionais enquanto ainda atuava pelas categorias de base do clube. Em 1990 Dener comandou a Lusa até o título do Campeonato Paulista Sub-20.
No ano seguinte, em 1991, o jovem atacante foi destaque da Copa São Paulo de Juniores, levando além da taça de campeão pela Portuguesa, ainda conquistou o título de melhor jogador do campeonato. Dener ainda teve direito a gol na final contra o Grêmio que teve o placar mais elástico de uma final da Copinha, 4 X 0 para a equipe paulista.
Atleta profissional
Depois dos títulos da base, Dener subiu em definitivo para a categoria profissional da Portuguesa. No mesmo ano o jogador ainda foi convocado para atuar pela primeira vez defendendo a seleção brasileira. No jogo contra a Argentina, em Buenos Aires, o fenômeno Dener entrou já no fim da partida e mesmo com poucos minutos ainda foi o responsável por iniciar a jogada que levou ao terceiro do Brasil.
Dener fez parte do grupo que não conseguiu se classificar para os Jogos Olímpicos de 1992 em Barcelona.
O jovem atacante virou a estrela da Portuguesa, ainda em 1991 fez o gol, que é considerado até hoje, o mais bonito da história do estádio Canindé.
Veja o vídeo abaixo (a resolução é fraca, mas o gol é lindo):
O jogador atuou pela Portuguesa até 1993, quando foi emprestado para o Grêmio por 3 meses. Com 22 anos o jovem atleta já tinha status de craque e foi na equipe Tricolor que conquistou o seu primeiro título pelo profissional. Pelo Grêmio o atleta jogou em 28 partidas, marcando 4 gols com a camisa Tricolor.
Após os 3 meses de empréstimo o Grêmio quis comprar Dener em definitivo, mas o clube não teve condições de pagar pelo passe da sensação do futebol nacional naquela época. O jogador retornou para a Portuguesa onde disputou o Campeonato Brasileiro de 1993 em que a equipe ficou na 9° posição. Em suas duas passagens pela Lusa o atleta atuou em 101 partidas e marcou 38 gols.
Em 1994 Dener foi emprestado mais uma vez, agora no Vasco o jogador conquistou a Taça Guanabara e a paixão da torcida Cruzmaltina. Ainda pelo Vasco, Dener fez uma excursão com o time pela Argentina e num amistoso contra o clube Newell’s Old Boys, recebeu elogios de Maradona, que era o craque da equipe rival, mas que fez questão de cumprimentar e elogiar o jovem atleta pelo seu talento. Pelo Vasco, Dener atuou em 17 jogos e marcou 5 gols.
O último jogo do atleta foi em um clássico contra o Fluminense em 17 de abril de 1994. A partida terminou empatada em 1 X 1 e o jovem craque foi expulso antes do fim do jogo. Dener aproveitou o fim de semana de folga em São Paulo junto com a família e também se reuniu com a diretoria da Portuguesa e do Stuttgart para negociar uma possível transferência.
O acidente
No dia 19 de abril de 1994, Dener voltava de São Paulo para o Rio de Janeiro, e iria se reapresentar no Vasco para o treino da manhã. Mas por volta das 5:15 da madrugada, já na capital carioca, o carro do atleta bateu em uma árvore na Lagoa Rodrigo de Freitas. O amigo Otto Gomes Miranda era quem dirigia o carro e acabou dormindo ao volante.
O jogador estava dormindo no banco do passageiro e infelizmente não resistiu ao acidente. A perícia constatou que Dener estava com o banco inclinado no momento do acidente o que anulou a eficiência do cinto de segurança que acabou asfixiando o jogador e permitindo que ele batesse a cabeça no teto do carro.
Duas semanas após a morte do jogador, o Vasco conquistou o Tricampeonato Carioca.
Após a morte
Segundo o contrato de empréstimo do jogador, o Vasco deveria ter feito um seguro de vida para o atleta durante a permanência no clube carioca. Porém esse seguro não foi feito e a Lusa, junto com a família do atleta, precisou entrar na justiça e só 10 anos depois da morte o clube conseguiu receber o que era devido pelo Cruzmaltino.
A Família
Dener tinha esposa e três filhos pequenos que tinham direito ao seguro do jogador. Porém a esposa do atleta precisou legitimar seu casamento, pois apesar de estar com o atleta desde os 18 anos o casal nunca oficializou a união. A viúva e os filhos só conseguiram receber a parte que lhes era devida 13 anos após a morte do jogador.
Homenagens
A morte tão precoce de um dos destaques do futebol brasileiro da época pegou todos de surpresa. Para homenagear a breve história do jogador foi disputada, ainda em 1994, a Copa Dener. Um torneio que reuniu Cruzeiro, Atlético MG, Botafogo, Vasco, além da Portuguesa e do Santos. O Peixe foi o campeão da disputa numa vitória por 4 X 2 sobre o Galo.
Além disso, foi colocada uma placa no local do acidente com a frase “Aqui morreu um poeta do futebol”. A placa sumiu inexplicavelmente e no lugar foi pintada uma homenagem a mão para o jogador.
Em 2012 a Lusa também homenageou o jogador lançando uma camisa comemorativa em referência ao gol mais bonito do Canindé com parte das vendas destinadas a família do craque. Já em 2016 foi lançado o livro Dener — o Deus do Drible, uma biografia do jogador escrita por Luciano Ubirajara Nassar.
Outra homenagem foi feita pela Federação Paulista de Futebol e pelo Globoepsorte.com que criaram o Prêmio Dener, para denominar os gols mais bonitos da Copa São Paulo de Futebol Júnior a partir da edição de 2019 da competição.
E mais recentemente, já em 2021, nos 27 anos de morte do jogador a Fifa postou em seu perfil oficial do twitter uma homenagem ao jovem craque. A mensagem do órgão máximo do futebol dizia: “Ele foi apontado como o próximo Garrincha. Impressionou ninguém menos que Diego Maradona com esse drible, quando defendia o Vasco da Gama, contra o Newells Old Boys. Nesse dia, em 1994, a grande promessa brasileira Denner morria tragicamente em um acidente de carro” acompanhado de um lance do jogador pelo Vasco na partida contra o time de Maradona
???? He was championed as the next Garrincha. He wowed no less a talent than Diego Maradona with this dribble while representing @VascodaGama against @Newells ????
???? #OnThisDay in 1994 Brazilian mega-prospect Dener tragically died in a car accident ????pic.twitter.com/rkdsWOfPl8
— FIFA.com (@FIFAcom) April 18, 2021
Essa foi a história da perda de um dos mais jovens e promissores craques do futebol brasileiro. Você conhecia a história do Dener? Se lembrar de mais algum jogador com uma história que precisa ser lembrada comenta aí, quem sabe a gente não faz um texto sobre ele também.
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