Fala Fanático! O quadro Lendas do Futebol está de volta e em um dia muito especial para um dos jogadores mais especiais que já vestiram a camisa da Seleção Brasileira. Ele mesmo, nosso capitão do penta, Cafu. Então segura aí que vamos contar a história do único jogador na história do futebol a jogar três finais de Copa do Mundo.

Cafu e a Seleção: uma história de amor do capitão do Penta

Lendas do Futebol - Cafu
Reprodução/Instagram

Cafu estreou pela Seleção Brasileira em 1990. De lá até o fim da sua carreira como lateral da Amarelinha foram 150 jogos. Dessa forma, Cafu é o atleta que mais vestiu a camisa do Brasil em toda a história. A última partida pela Seleção Brasileira foi na fatídica eliminação do Brasil na Copa de 2006.

Naquela derrota doída de 1 a 0 marcou como despedida de dois dos maiores laterais de todos os tempos do futebol mundial na Seleção Brasileira. Além de Cafu, naquele dia Roberto Carlos também fez sua despedida do Brasil.

Cafu marcou cinco gols nestes 150 jogos. Um gol para cada título que conquistaria com a camisa do Brasil. Foram dois títulos da Copa América, um da Copa das Confederações e simplesmente duas Copas do Mundo.

Cafu participou de três finais da Copa (1994, 1998, 2002), ganhou em 1994 nos EUA e em 2002 na Coréia e Japão, quando foi capitão da campanha perfeita do time comandado por Felipão.

Infância no Jardim Irene

Nascido no dia 7 de junho de 1970 em Itaquaquecetuba, na grande São Paulo, Cafu cresceu no Jardim Irene, extremo sul da capital paulista. De infância humilde, Cafu cresceu em um bairro simples da maior cidade do país. Em reportagem escrita por Sílvia Corrêa e divulgada pela Folha de S. Paulo, três dias depois de Cafu erguer a Copa do Mundo de 2002, ela relatou a falta de estrutura do local.

O texto dizia: “100% Jardim Irene” escreveu o capitão da seleção em sua camiseta antes de erguer a taça do penta. Nas vielas estreitas, porém, nada é 100% no Irene -bairro encravado no Capão Redondo, um dos distritos mais pobres e violentos da capital paulista.”

Mas dessa fase os moradores do bairro lembram com risos de que Maurício, irmão de Cafu, era melhor que ele. Os primeiros passos de Cafu no futebol foi em um campo de várzea em Embu das Artes, município da Grande São Paulo. E ir até Embu joga futebol tinha uma vantagem para aquele garoto: era lá que morava Regina, outra personagem da vida do lateral. Regina foi a homenageada com um sonoro “EU TE AMO” antes de erguer o troféu em Yokohama.

Cafu foi de fracasso nas peneiras a campeão do mundo

Persistência, talvez essa seja a palavra que melhor define Cafu. Reprovado em mais ou menos 10 peneiras para clubes de futebol, ele persistiu até conseguir a chance de realizar o sonho de ser jogador de futebol. Aprovado apenas em 1988, aos 18 anos de idade, em um teste no São Paulo, idade considerada avançada para os padrões do futebol, Cafu logo estava entre os profissionais.

Ele estreou com o manto tricolor no dia 24 de setembro de 1989 foi promovida pela asiática TV KKT – que curiosamente também estampou a marca dela nas faixas da camisa são-paulina – e realizada no pequeno Estádio Mitsuzawa, em Kumamoto.

Mesmo sendo um amistoso, a partida foi considerada oficial, pois fazia parte da negociação. Já no time principal, Cafu estreou contra o Fluminense, em partida do Campeonato Brasileiro, no dia 23 de novembro, praticamente dois meses depois.

Confira o manto do Tricolor Paulista aqui na fut!

Cafu e Telê Santana: uma ideia que deu certo

Reprodução/Instagram

No dia 11 de outubro de 1990 Telê Santana voltava ao São Paulo. No elenco um jovem rapaz de apenas 20 anos que fazia um pouco de todo. Cafu jogava de lateral, volante, meia, ponta direita, sempre dava conta do recado. Porém, na cabeça genial de Telê faltava algo a mais.

Em pouco tempo Cafu teve o talento moldado pelo técnico. Primeiro se consolidou com um coringa. Aos poucos foi se firmando como titular daquela equipe, primeiro como ponta direita, depois como lateral direto. Somado a isso, a persistência fez de Cafu o maior exemplo de luta e perseverança treinado por Telê. São inúmeros relatos de que o treinador pegava o então garoto após o treino para ensinar alguns fundamentos.

Muita gente que cobria o São Paulo naquela época fala até hoje que Cafu aprendeu a cruzar com o Telê. Eram centenas de repetições. E como disse anteriormente que a persistência era a palavra que definia o capitão do penta, ele aprimorou ainda mais para se tornar um dos escolhidos para a Copa do Mundo de 1994, inclusive atuando naquela final contra a Itália. Jovem, polivalente e campeão do mundo pelo São Paulo e pela Seleção Brasileira.

Veja o manto inspirado na conquista da Libertadores e do Mundial de 1992.

Passagem pelo São Paulo saída para Espanha

Ao todo Cafu jogou 273 partidas pelo clube que o revelou e 38 gols marcados. Por lá ganhou tudo o que se pode imaginar para um clube brasileiro. São dois Paulistas, duas Libertadores, dois Intercontinentais, duas Recopas Sul-americanas, um Supercopa Libertadores e um Brasileiro.

No Morumbi ele ficou até o meio da temporada de 1994, quando rumou para Zaragoza, jogar pelo Real Zaragoza. Por lá o brilho visto no São Paulo não foi o mesmo. Durante a temporada foram apenas 17 jogos realizados, sem balançar a rede ao menos uma vez. Mesmo com a pouca utilização, Cafu conseguiu sair de lá como campeão da antiga Recopa Europeia, torneio que reunia os campões das copas nacionais.

Volta para o Brasil conturbada

Na janela de meio do ano do futebol espanhol Cafu decidiu voltar ao Brasil, mais precisamente para o super time que a Parmalat estava montando no Palmeiras. Porém, o São Paulo havia exigido uma cláusula no contrato do jogador quando ele foi vendido ao Real Zaragoza: Ele não poderia voltar para um rival do estado de São Paulo.

Foi aí que o Palmeiras e a antiga patrocinadora tiveram a ideia de enviar Cafu para o Juventude por um mês. Dessa forma, o clube gaúcho serviria como uma ponte para que ele pudesse atuar por um rival paulista. E assim partiu Cafu para a passagem que quase ninguém lembra. Jogando pelo time de Caxias do Sul foram duas partidas e nenhum gol marcado.

Confira mantos Retrô do Palmeiras.

All-Star Palmeiras

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Na metade pro fim de 1995 Cafu chega ao Palmeiras como uma das várias estrelas do time treinado por Vanderlei Luxemburgo. O já lateral direito de fato fez parte do estrelado time que marcou mais de 100 gols em uma edição do Campeonato Paulista.

O time campeão do Paulistão de 96 tinha jogadores de nível mundial e ídolos históricos do alviverde. Velloso, Cleber, Júnior, Flavio Conceição, Galeano, Djalminha, Amaral, Luisão, Rivaldo, Muller. No banco ainda tinha dois jovens que seriam campeões do mundo com Cafu em 2002: Marcos e Roque Júnior.

Uma máquina histórica do futebol brasileiro e lá estava o Marcos Evangelista.

Manto do Palmeiras é aqui na Fut!

O Cafu virou uma lenda Romana

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Após sucesso no histórico time do Palmeiras Cafu partiu para a capital italiana Roma e lá se tornou ídolo da equipe. Na janela de transferências europeia de verão de 1997 ele iniciou sua trajetória na terra dos gladiadores. Por lá se firmou e construiu uma trajetória vitoriosa.

Logo recebeu o apelido de Il Pendolino, o Trem Expresso em uma tradução livre, pela sua velocidade e força pelo lado direito do campo. Porém um fator incomodava o brasileiro em meio a tanta idolatria, a falta de títulos. Cafu era acostumado com canecos, na Roma, apesar da tradição, não tem uma sala de troféus tão cheia.

Mas quatro anos depois, e 2001 a coroação chegou. Naquela temporada a equipe romanista ganhou o Campeonato Italiano após 18 anos. No mesmo ano ainda assegurou o título da Supercopa Italiana.

Ao todo foram 219 jogos com a camisa da Roma e oito gols marcados.

Manto da Roma aqui na Fut!

Títulos e mais títulos no Milan

Lendas do Futebol - Cafu
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O país seguia o mesmo, mas o peso da camisa já era outro. Na temporada 2003-04 Cafu partiu para Milão, jogar no gigante do futebol mundial Milan. Logo que chegou já tomou conta da lateral direita. Ao lado de craques históricos do clube Cafu esteve presente nos últimos anos de glória do Rossonero.

Em um time que tinha Dida, Maldini, Costacurta, Serginho, Stam, Pirlo, Gattuso, Kaká, Seedorfe, Crespo, Shevchenko, entre outros craques, todos comandados por Carlo Ancelotti. Por lá Cafu disputou duas finais de Uefa Champions League.

Em 2005 um trauma, em 2007 a orelhuda. Cafu fez parte dos dois times. Em 2005 o Milan foi para o intervalo perdendo por 3 a 0. Parecia tudo tranquilo. Porém o Liverpool conseguiu o empate e levou a partida para os pênaltis. Na decisão por penalidades o time italiano saiu derrotado do jogo que ficou conhecido como o Milagre de Istambul.

Em 2007, já no fim de carreira Cafu viu do banco o título de sua equipe. A vitória foi em cima do mesmo Liverpool, que havia derrotado o time italiano dois anos antes. Ainda na temporada 2007/2008 o lateral brasileiro ainda conquistou o seu terceiro título do Mundial de Clubes, dessa vez em cima do Boca Juniors.

Ao final da temporada Cafu se aposentaria do futebol marcando um gol em seu jogo de despedida pelo Milan. Foi o último destaque de um dos maiores de todos os tempos.

Camisa do Milan você encontra aqui na Fut!

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