Fala fanático! Começaremos hoje a contar a trajetória da Seleção Brasileira nas cinco conquistas em Copa do Mundo. Então vem com a gente para a série Brasil na Copa do Mundo.
Hoje vamos começar com o primeiro título da nossa Seleção em 1958. O Mundial foi sediado na Suécia e o Brasil chegou ao torneio com carregando ainda o peso de perder o título em 1950 jogando no Brasil. Além disso, a Seleção vinha de um mundial ruim em 1954. Porém, na Copa do Mundo de 58 o Brasil deu a chance de um jovem jogador do Santos, de apenas 17 anos, ir para o mundial. Era só um tal de Edson Arantes do Nascimento, conhecido como Pelé.
Eliminatórias
A Seleção iniciou a caminha nas eliminatórias sul-americanas. No sorteio, o Brasil caiu no grupo 1, ao lado de Peru e Venezuela. A seleção ‘vinho tinto’ da Venezuela optou por não participar aquela edição das eliminatórias, então, o Brasil faria apenas dois jogos para garantir uma das três vagas no torneio.
Foram dois jogos contra o Peru. Na ida, o Brasil empatou por 1 a 1, o gol marcado por Índio dava ao Brasil a vantagem de jogar por uma vitória simples dentro de casa. E foi o que aconteceu, com gol do craque Didi, a Seleção venceu por 1 a 0 e conseguiu se classificar e seria a sexta vez do Brasil na Copa do Mundo.
O jogo foi disputado no Maracanã, para um público de quase 120 mil pessoas, no dia de Tiradentes, 21 de abril de 1957. Assim, o Brasil se classificaria para a Copa do Mundo do ano seguinte.
Início da caminhada
Ainda com muitas dúvidas, inclusive no comando técnico, a Seleção Brasileira começou a preparação. Vicente Feola, que inicialmente seria auxiliar técnico, foi promovido a técnico principal. Feola convocou 33 jogadores para a preparação, e foi cortando alguns nomes, como Almir Pernambuquinho do Vasco, até a lista final com 22.
Durante a preparação o Brasil fez dois jogos treinos, contra Corinthians e Flamengo, e quatro amistosos, contra Paraguai (1 vitória e 1 empate) e Bulgária (2 vitórias), antes de embarcar para a disputa.
A seleção chegou a Europa e deu seguimento a preparação na Itália, onde enfrentou Fiorentina e Internazionale de Milão, com duas vitórias por 4 a 0, antes de seguir rumo ao país nórdico.
A preparação para a Copa do Mundo terminou em Hindås, um vilarejo próximo a Gotemburgo, já na Suécia.
Os escolhidos do Brasil na Copa do Mundo
Os 22 escolhidos de Feola jogavam no Brasil. Doze jogavam em clubes do Rio de Janeiro (Flamengo, Vasco, Fluminense, Botafogo e Bangu) e dez jogavam em São Paulo (Corinthians, Portuguesa, Santos, São Paulo e Palmeiras). Pelé era o mais jovem, apenas 17 anos. Já o mais velho, ou melhor, mais experiente, era Nilton Santos, a Enciclopédia do Futebol.
Dentre os 22 escolhidos, dois craques despontavam no futebol local: Garrincha e Pelé. E eles seriam decisivos para a conquista do primeiro título mundial do Brasil na Copa do Mundo. Além deles, os 11 iniciais tinham vários craques, como o goleiro do Corinthians Gylmar dos Santos Neves, o zagueiro e capitão do Brasil na Copa do Mundo e do Vasco Bellini, os laterais Djalma Santos, da Portuguesa e Nilton Santos, do Botafogo. No meio campo craques como Didi, do Flamengo, Zito do Santos. O ataque que encantou o mundo era formado por Zagallo, Garrincha, Pelé e Vavá.
Um detalhe importante que foi crucial para o Brasil na Copa do Mundo de 1958 foi a mudança tática criada por Feola. O tradicional 4-2-4 se transformava, no momento defensivo, em um 4-3-3, algo impensável para o futebol brasileiro naquele momento.
Zagallo, que em 1970 iria revolucionar o futebol taticamente, era o falso ponta esquerda. Quando o time adversário tinha a posse de bola, Zagallo se transformava em meia pela esquerda, aumentando o poder defensivo e deixando Pelé e Garrincha livre para criarem as jogadas de ataque.
A caminhada rumo ao título
O Brasil na Copa do Mundo de 1958 disputou seis jogos. O sorteio da fase de grupos foi pedreira. O Brasil caiu no Grupo 4, ao lado de União Soviética, Inglaterra e Áustria. A missão seria complicada, mas as ideias do treinador Vicente Feola surtiram efeito positivo.
Na estreia a Seleção Brasileira encarou a Áustria e venceu por 3 a 0. Os gols foram marcados por Mazzola (2) e Nilton Santos. Mazzola, que posteriormente disputou outra Copa do Mundo, desta vez pela Itália. Na segunda partida, o Brasil não fez um bom jogo contra a Inglaterra, empate sem graça por 0 a 0. Então, Feola decidiu que faria mudanças. Saíram Joel, Mazzola e Dino Sani, entrariam Zito, Pelé e Garrincha.
O Brasil precisaria vencer os Soviéticos para garantir a classificação. O jogo disputado no Estádio Nya Ullevi, em Gotemburgo terminou com a vitória brasileira por 2 a 0, com dois gols do centroavante do Vasco Vavá. A classificação estava garantida.
Com a primeira colocação do grupo, o Brasil teria um caminho mais tranquilo nos jogos eliminatórios. O adversário das quartas de final foi o País de Gales. Naquele 19 de junho de 1958 o mundo passou a olhar com olhos mais atentos o que um garoto de 17 anos poderia fazer. Vitória por 1 a 0, gol do jovem Pelé e a caminhada do Brasil na Copa do Mundo seguia rumo à semifinal.
Fator Pelé+Garrincha
Os adversários do Brasil na semifinal da Copa do Mundo de 1958 seriam os favoritos franceses, do craque Just Fontaine. O atacante dos “Blues” já havia marcado impressionantes 12 gols na campanha da França naquele mundial. A missão não seria nada fácil.
O que os franceses não contavam era que os dois craques brasileiros estavam em uma noite inspirada. Garrincha era o arco, Pelé a flecha. A dupla que venceu todos os jogos que disputaram juntos pela Seleção Brasileira deitaram e rolaram no Estádio Rasunda.
Vavá abriu o placar logo aos 2 minutos. A França conseguiu o empate aos 9, com gol do craque Fontaine, o 13º naquela edição, marca até hoje inalcançada em Copas. Aos 39 minutos, o criador da Folha Seca, Didi, fez o segundo do Brasil. O time comandado por Feola foi para o intervalo a frente no placar.
Na volta, só deu Brasil, aliás, só deu Pelé. O camisa 10 do Brasil na Copa do Mundo de 1958 fez três gols em 23 minutos. O que seria a missão mais complicada do Brasil na Copa do Mundo se transformou em uma goleada de 5 a 1. Já no finalzinho, a França descontou com Roger Piantoni.
O placar final de 5 a 2 era um presságio do que estava por vir na sequencia. O Brasil chegaria a sua primeira grande final de Copa do Mundo. Em 1950 o campeão foi decidido em um triangular, coube ao destino colocar Brasil e Uruguai na última partida.
O manto de Nossa Senhora
A final reservou o duelo dos donos da casa, os suecos, contra os brasileiros. Antes da decisão houve um impasse, as duas seleções vestiam amarelo. Naquela época não haviam uniformes alternativos. A FIFA então decidiu que a Suécia, por serem os donos da casa jogariam com a camisa amarela e o Brasil precisaria buscar uma alternativa.
Até 1950 o Brasil tinha a o branco como cor principal do uniforme. A mudança para o amarelo aconteceu por superstição, para tirar a “zica” de 1950. Mas o que seria feito agora, já que não poderia usar a camisa amarela? Então, um membro da delegação brasileira, que era devoto de Nossa Senhora Aparecida, providenciou o segundo uniforme, na cor azul, a cor do manto de Nossa Senhora.
Não seria somente a primeira final do Brasil na Copa do Mundo, mas também seria a estreia do uniforme 2, azul como o manto de Nossa Senhora Aparecida.
A coroação de um Rei
Era tarde do dia 29 de junho de 1958, em Gotemburgo, no Estádio da Rasunda, Suécia e Brasil iam se enfrentar pra definir o novo Campeão do Mundo. A Suécia foi a campo com Kalle Svensson, Orvar Bergmark, Sigge Parling, Bengt Gustavsson, Sven Axbom; Reino Börjesson, Gunnar Gren, Nils Liedholm; Kurt Hamrin, Lennart Skoglund e Agne Simonsson. Técnico: George Raynor.
O Brasil foi escalado com força máxima. Além disso era o time havia encaixado a partir da terceira partida contra a União Soviética. O Brasil foi a campo com: Gylmar, Djalma Santos, Orlando, Bellini e Nilton Santos; Zito e Didi; Garrincha, Vavá, Pelé e Zagallo. Técnico: Vicente Feola.
Jogando contra a equipe da Suécia e quase 50 mil torcedores adversários e Brasil não tomou conhecimento dos donos da casa. Mas antes disso, houve um grande susto. Aos 4 minutos do primeiro tempo, o meia Liedholm abriu o placar. Na sequencia, o Brasil pressionou e conseguiu empatar aos 9 minutos com Vavá.
Ali, o resultado ainda não refletia o domínio do Brasil, mas mostrava o que estava por vir. Aos 32 minutos e atacante do Vasco fez seu segundo gol na partida. O Brasil virava antes do intervalo. Na volta, o Rei Pelé mostraria ao mundo o motivo de ser chamado de Rei até hoje.
Com 10 minutos da segunda etapa o camisa 10 fez o terceiro do Brasil, ampliando a vantagem. A partida caminhava para uma goleada, e o velho lobo Zagallo fez o quarto gol aos 23 minutos. A seleção mostrava o seria o Brasil na Copa do Mundo. A dominação que começou naquela tarde em Gotemburgo não seria tão fácil.
Os donos da casa tentaram reagir e assustava a baliza de Gylmar. Aos 35 minutos, Simonson diminuiu para a Suécia. MAs então, o camisa 10, o Rei, o maior de todos os tempos, entrou em ação, anotando um dos seus gols mais icônicos.
Cruzamento de Zagallo pela esquerda, Pelé dentro da área, bela matada no peito, sem deixar a bola cair, chapéu no primeiro, tinha cobertura, ‘totózinho’ no segundo, finalização no canto direito do goleiro. Aos 45 do segundo tempo, praticamente o último lance da partida, o Brasil confirmava ali o título mundial da Copa do Mundo de 1958. O primeiro dos cinco mundiais do Brasil.
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