Fanáticos por boxe, o Brasil tem uma história rica e vitoriosa nos ringues. Lendas como Éder Jofre, o ‘Galo de Ouro’, bicampeão mundial de peso galo (1960 e 1973), e a campeã olímpica Roberta Sampaio (Pequim 2008) colocaram o Brasil no topo do mundo.

A nova geração segue brilhando! Hebert Conceição, ouro em Tóquio 2020, e Bia Ferreira, prata na mesma edição, são exemplos de que o talento brasileiro continua forte e vibrante.

E, nas Olimpíadas de Paris 2024, Beatriz Ferreira garantiu o bronze, mostrando que o Brasil segue imbatível nos ringues.

Com tantas conquistas e ícones, a pergunta é: você conhece as regras do boxe?

Regras do boxe

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Vamos começar com uma lista de regras do boxe pra você entender exatamente o que NÃO vale dentro do ringue.

  • Se um dos lutadores cair e ficar no chão por 10 segundos a luta termina automaticamente por nocaute;
  • Golpes na linha da cintura, ou abaixo dela, são proibidos;
  • São válidos apenas golpes na frente ou na lateral da cabeça, ou no torso corporal do oponente. Golpes nos braços não são contabilizados;
  • Golpes baixos, socos na nuca ou golpes e agarramentos de mão aberta são considerados faltas. O boxeador que realizar esses golpes contra o adversário recebe advertência, após três advertências ocorre a desclassificação;
  • A luta para imediatamente quando um dos lutadores cair no chão;
  • Mordidas são proibidas em quaisquer lugares do corpo;
  • É proibido falar durante a luta;
  • Os principais golpes do boxe são: direto, cruzado, jab, gancho e uppercut.

Golpes do boxe

Segundo as regras do boxe todos os golpes devem ser realizados com as mãos, por isso o número de golpes possíveis acaba sendo bem limitado. Os principais golpes do boxe são:

  • Jab: esse golpe é desferido com a mão da frente da guarda do lutador, costuma ser mais rápido e mais fraco;
  • Direto: esse golpe é desferido com a mão de trás da guarda do lutador, costuma ser mais lento e mais forte;
  • Cruzado: esse golpe também é desferido com a mão de trás da guarda, mas em um ângulo diferente para acertar a lateral da cabeça ou do torso do adversário;
  • Gancho: esse golpe é bem parecido com o cruzado, mas o lutador que realizar o gancho precisa fazer um movimento semicircular para acertar a lateral do corpo ou do torso do oponente;
  • Uppercut: esse golpe é desferido de baixo pra cima com o objetivo de atingir o queixo do oponente, normalmente realizado com a mão de trás da guarda para causar maior impacto;

Faltas no boxe

faltas no boxe

Assim como em outros esportes, os juízes são responsáveis por identificar faltas e atitudes que são proibidas dentro do esporte. Por isso, listamos algumas atitudes proibidas pelas regras do boxe e que podem gerar advertência para os lutadores.

  • Realizar qualquer golpe que não seja com a mão;
  • Desferir golpes com a mão aberta, com o pulso, com as costas ou o lado das mãos;
  • Socar as costas, a nuca, pescoço, rim ou qualquer região abaixo da linha da cintura do oponente;
  • Realizar soco tomando impulso nas cordas do ringue;
  • Segurar e socar o oponente ao mesmo tempo;
  • Agachar de forma que a cabeça fique abaixo da linha da cintura do oponente;
  • Tirar o protetor bucal de propósito para descansar ou parar a luta;
  • Socar um oponente caído;
  • Socar o oponente antes do árbitro retomar a luta após separar os lutadores.

A história do boxe

O primeiro registro de uma atividade próxima do pugilismo aconteceu por volta de 3000 a.C. O esporte foi evoluindo e em 688 a.C se tornou uma modalidade olímpica na edição dos Jogos Olímpicos da Antiguidade realizados em Olímpia, na Grécia.

O boxe começou nos jogos olímpicos da Era Moderna em 1904 nos jogos de St Louis, Estados Unidos, com sete categorias diferentes de pesos. Alguns anos depois representantes das confederações nacionais de boxe de países como Brasil, Inglaterra, França Bélgica e Holanda se reuniram para discutir a criação de uma Federação Internacional do Boxe Amador (FIBA).

A FIBA foi oficialmente criada em 1920 durante os Jogos Olímpicos de Antuérpia, na Bélgica. A federação foi importante para o desenvolvimento do boxe olímpico por acelerar o desenvolvimento de competições internacionais que serviam para desenvolver e classificar o atleta durante o ciclo olímpico até as Olimpíadas.

No ano de 1946 a FIBA foi dissolvida e foi criada a Associação Internacional de Boxe Amador (AIBA). Desde então a AIBA regula as principais competições internacionais de boxe olímpico.

Boxe Olímpico

O boxe olímpico tem marcos importantes que precisam ser pontuados, assim fica mais fácil de entender o desenvolvimento das regras do boxe dentro dos jogos olímpicos ao longo do tempo.

1906 – O exame médico passa a ser obrigatório antes de cada competição para garantir a saúde de cada atleta;

1926 – Fica limitada a participação de um pugilista por país em cada categoria de peso. Os rounds ficam limitados em três, de três minutos, por luta diferente do boxe profissional que pode chegar a 12 rounds por luta;

1931 – O árbitro passa a acompanhar a luta de dentro do ringue, antes ele ficava em uma cadeira do lado de fora do ringue. Juízes também passam a atuar ao redor do quadrilátero;

1950 – Aumentam, de oito para dez, as categorias do Boxe Olímpico. No mesmo ano foi estabelecido pela AIBA que a partir das olimpíadas de 1952, os atletas classificados para as semifinais conquistariam a medalha de bronze automaticamente;

1968 – A categoria mosca-ligeiro (até 48,99 kg) foi introduzida nos Jogos Olímpicos da Cidade do México. O Boxe Olímpico passa a ter 11 categorias.;

1972 – A superfície branca na parte da frente das luvas de Boxe é utilizada pela primeira vez naquele ano nos Jogos Olímpicos de Munique, na Alemanha Ocidental.

1974 – Acontece, em Cuba, o primeiro Campeonato Mundial de Boxe Amador. Atualmente a competição acontece de dois em dois anos, sendo um dos principais torneios do calendário mundial de Boxe Olímpico;

1994 – No 13º Congresso da AIBA, realizado em Pequim com a participação de 187 federações nacionais, algumas resoluções foram definidas e perduram até hoje. Com o objetivo de aumentar a segurança dos atletas, a utilização da luva de 10 onças passa a ser obrigatória. O limite máximo de idade foi estendido para 34 anos. Outra decisão importante foi o reconhecimento por parte da AIBA ao Boxe Feminino;

2009 – Lançamento do World Series of Boxing (WSB);

2010 – O Conselho Executivo do Comitê Olímpico Internacional (COI) aceita a introdução do Boxe Feminino nos Jogos Olímpicos em três categorias de peso. O Boxe Masculino passa a ter, a partir de então, 10 categorias de peso;

2011 – Lançamento da AIBA Pro Boxing (APB).

Categorias de peso do boxe olímpico

Masculino:

Fly (Mosca): 48 kg até 52 kg Feather (Pena): -57 kg

Light (Leve): – 63 kg

Welter (meio–médio): -69 kg

Middle (Médio): -75 kg

Light Heavy (Meio-pesado): -81 kg

Heavy (Pesado): -91 kg

Super Heavy (Super–pesado): +91 kg

Feminino:

​Fly (Mosca): 48 kg até 51 kg

Feather (Pena): -57 kg

Light (Leve): -60 kg

Welter (Meio–médio): -69 kg

Boxe profissional X Boxe olímpico

A principal diferença entre o boxe profissional e o olímpico, também conhecido como boxe amador, é o número de rounds.  Pelas regras do boxe profissional são os organizadores quem definem quantos rounds uma luta vai ter, em geral, as lutas duram até 12 rounds de 3 minutos cada. Nas regras do boxe olímpico as lutas de todas as categorias do feminino e do masculino tem 3 rounds de 3 minutos cada, com 1 minuto de intervalo entre eles.

O boxe profissional tem um número maior de rounds porque os pugilistas costumam estudar muito mais o adversário durante a luta. Cada lutador passa os primeiros rounds analisando a estratégia do adversário para decidir qual o jeito mais fácil de chegar ao nocaute, ou de pontuar mais em cada round. O boxe olímpico é bem mais combativo, por isso o número de rounds é bem menor, a ideia é que o lutador esteja atacando o tempo todo para chegar a uma maior pontuação em menos tempo.

Existe outra diferença do boxe profissional para o boxe olímpico: a quantidade de juízes. Em lutas profissionais, 3 juízes são responsáveis pela contagem de golpes, enquanto que no boxe olímpico, 5 juízes fazem a pontuação do combate.

Como é declarado o vencedor no boxe?

Nas lutas de boxe o vencedor pode ser declarado de cinco maneiras diferentes.

Nocaute – acontece quando um dos lutadores cai no chão, ou se apoia nas cordas e não consegue se levantar antes do fim do da contagem, até 10, do árbitro;

Provocar a queda – é quando um dos pugilistas é derrubado de 2 a 3 vezes no mesmo round;

Nocaute técnico – acontece quando um dos pugilistas é golpeado muitas vezes em sequência e o árbitro considera que ele já não pode se defender adequadamente;

Jogar a toalha – se um dos treinadores jogar a toalha no ringue significa a desistência do combate e o outro é automaticamente declarado vencedor;

Pontuação – os lutadores ganham 10 pontos para cada round vencido, e o perdedor do round ganha entre 6 e 9 pontos.

A pontuação no boxe

Para definir a pontuação do lutador durante cada round os juízes devem considerar o número de golpes que atingirem o oponente, o domínio da luta, a competitividade e a superioridade técnica e tática no decorrer do round, além de infrações as regras do boxe.

Os placares dos rounds, geralmente, consideram os seguintes cenários:

10 x 9: round equilibrado, com leve vantagem para um dos lutadores;

10 x 8: round com um vencedor claro;

10 x 7: domínio total de um dos lutadores;

10x 6: declarada a vitória de um dos lutadores.

Caso não haja o nocaute ao fim de uma luta, o boxeador que for mais pontuado pela maioria dos juízes será o vencedor.

Brasil no Boxe Olímpico

Servílio de Oliveira primeiro brasileiro medalhista olímpico no boxe.

A primeira medalha foi o bronze de Servílio de Oliveira no México em 1968, seguida por mais três medalhas em Londres 2012: uma prata com Esquiva Falcão e dois bronzes com Yamaguchi Falcão e Adriana Araújo. Além disso, o Brasil conquistou uma medalha de ouro nos Jogos Olímpicos do Rio em 2016 com Robson Conceição.

Em Tóquio 2020, o Brasil garantiu uma medalha de bronze com Abner Teixeira, e outras duas medalhas estavam em disputa com Hebert Conceição e Bia Ferreira, sendo Hebert Conceição ouro e Bia Ferreira prata.

Nas Olimpíadas de Paris 2024, Beatriz Ferreira também brilhou, conquistando o bronze, reforçando o legado do boxe brasileiro nas competições internacionais.

regras do boxe

Abner Teixeira comemora vitória nas Olimpíadas de Tóquio 2020.

Hebert Conceição disputou a final em Tóquio contra o ucraniano Oleksandr Khyzniak e venceu, garantindo o ouro para o Brasil. Já Bia Ferreira enfrentou a irlandesa Kellie Anne Harrington na final, conquistando a prata.

Hebert Conceição conquistou o ouro em Tóquio.

Acessórios para a prática boxe

Existem alguns equipamentos e acessórios que são essenciais para treinar e praticar boxe. Confira alguns dos principais:

Saco de pancadas: utilizado nos treinamentos na aplicação de socos para melhorar a força, técnica e combinações de golpes.

Luvas: usadas tanto nas lutas, quanto nos treinamentos, podem ser encontradas em diversos modelos, como as luvas específicas para treinos e lutas ou os modelos fabricados apenas para bater em sacos.

Luvas foco aparador: usada nos treinamentos, essas luvas ajudam a melhorar a aplicação de golpes, além de treinar agilidade e resistência do atleta

Protetores: São equipamentos de segurança que permitem proteger a área da cabeça, boca e órgãos genitais, podendo evitar possíveis lesões.

Speed ball ou pêra: é usada em treinamentos com o intuito de melhorar a resistência dos braços e mãos. Este equipamento também ajuda os lutadores a treinarem a aplicação e principalmente, a agilidade dos seus golpes

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Agora que você já conhece uma pouco mais sobre a história e as regras do boxe olímpico, confira também:

Olimpíadas: resumão da primeira semana em Tóquio

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