Quem vê hoje as chuteiras super modernas, com materiais de alta qualidade e diversas cores, não imagina como foi a evolução da chuteira de futebol desde o 1º modelo.
Fique com a gente e viaje pela marcante história do calçado que faz a alegria de milhões de torcedores espalhados pelo mundo.
h2 1526 – A primeira chuteira
O curioso é que o primeiro registro de uma chuteira nem era para jogar futebol.
Conforme apontam relatos, o calçado era uma bota rústica de couro firme, com proteções de metal e um salto alto, desenvolvido a pedido da monarquia inglesa para a prática de outros esportes, como críquete, por volta de 1526, durante o reinado de Henrique VIII.
Pesquisadores dizem acreditar que seja difícil que o monarca tenha jogado realmente futebol, pois o esporte ainda não era praticado pela nobreza.
Mais tarde foi acrescido o uso de pregos como travas para evitar as constantes quedas.
1891 – O primeiro modelo de futebol
As primeiras chuteiras de futebol tiveram como base de formato as botas, daí terem solado liso e levar muito jogador a nocaute!
Sem os jogadores conseguirem parar em pé, em 1891 veio a ideia das travas, mas tudo dentro de regras e especificações para que nenhum jogador ou time levasse vantagem em relação ao outro.
As travas deveriam ser de couro e com no máximo 1,27 cm. Outra característica dessas chuteiras era a parte onde encaixaria o dedão do pé, que tinha um reforço, já que os lances mais comuns eram as bicudas.
Os modelos da época chegavam a pesar 1 kg, dificultando a prática do futebol arte no século XIX, piorando ainda mais em dias de chuva, fazendo a chuteira pesar ainda mais.
1925 – Um marco na evolução da chuteira de futebol
Uma luz apareceu para os boleiros da época graças aos irmãos Dassler. Com a dificuldade de chutar e finalizar com um calçado pesado, a dupla Rudolf e Adolf Dassler foi um marco na história da evolução da chuteira de futebol.
Pioneiros na criação e produção dos calçados, eram sócios da empresa Dassler Brother Sport Shoe Company, que tinha sede na cidade de Herzogenaurach, na Alemanha.
Em 1925, os irmãos realizaram modificações no calçado que o deixaram mais leve, com 500g, ou seja, metade do peso das chuteiras criadas até então.
Os canos também baixaram e as travas podiam ser trocadas de acordo com o terreno, tornando a chuteira mais confortável e com uma ergonomia melhor, de forma que os jogadores não tivessem bolhas e machucados causados pela própria chuteira, fazendo a alegria da boleiragem.
1948 – O rompimento dos irmãos Dassler
Já nos anos 40, uma reviravolta mudou a história dos materiais esportivos como conhecemos hoje e a evolução da chuteira de futebol. O rompimento entre os irmãos Adolf e Rudolf.
Adolf, que também era conhecido como “Adi”, fundou nada mais, nada menos que a Adidas em 1948 e logo se tornou o líder de mercado.
Mas Rudolf não ficou para trás e acabou criando alguns anos depois a Puma.
Conheça um pouco mais sobre a história da separação dos irmãos Dassler.
1954 – A primeira “três listras”
A partir dos anos 50 as chuteiras passaram a usar couro de vaca em sua confecção. No entanto, a Adidas criou modelos com couro de canguru e travas substituíveis, começando a trazer também as famosas três listras que são características fundamentais da marca.
Curiosidades
Todo o time alemão usava essa chuteira na final da Copa do Mundo de 1954, na Suíça, em um dia chuvoso. Com o gramado molhado, no intervalo do jogo contra a Hungria, Adi Dassler trocou as travas das chuteiras dos jogadores alemães, colocando travas maiores, ajudando a Alemanha vencer a partida e ser campeã da Copa de 1954. Com isso, sua empresa, a Adidas, disparou no mercado.
Anos 60 – Modelos mais leves
O desenvolvimento dos anos 60 ofereceu modelos mais leves, que ajudavam a proporcionar movimentos mais sutis aos atletas.
Pelé usou um destes experimentos inovadores da Puma na Copa de 1962, no Chile. Mesmo assim, quem dominou o período foi a Adidas. Um exemplo é o Mundial de 1966, na Inglaterra, em que cerca de 75% dos jogadores usaram chuteiras da marca alemã.
1970 – Puma King
O Rei Pelé fez história mais uma vez ao usar o primeiro modelo de chuteira personalizada, a Puma King, na Copa do Mundo de 1970, no México.
O modelo mais leve em relação a outras chuteiras da época também foi adotado pelos craques Johan Cruyff, da Holanda, e Eusébio, de Portugal.
1979 – A chuteira mais vendida da história
Em 1979, a Adidas lançou a Copa Mundial, simplesmente a chuteira mais vendida de todos os tempos. Feita em couro de canguru e com solado de poliuretano, o modelo pesava 270g e foi uma febre internacional, reinando absoluta na década de 80.
A Copa Mundial foi usada por jogadores do calibre de Maradona, Beckenbauer e Platini
Anos 90 – Nascem duas lendas
Adidas Predator
Em 1994, a Adidas lançou a Predator, revolucionária em termos de performance, com combinações de tipos de borracha que prometiam facilitar o controle de bola.
O modelo ficou consagrado nos pés de Zinédine Zidane, David Beckham e Del Piero.
Nike Mercurial
Mais tarde, em 1998, a gigante Nike entrou no mercado das chuteiras com a sua Mercurial e, desde então, ajuda na evolução da chuteira de futebol.
Ninguém duvida que a Nike Mercurial é uma lenda. Desenhada para garantir velocidade explosiva e o mais alto desempenho, ela estreou em 1998 nos pés do fenomenal atacante brasileiro Ronaldo, na França, durante o maior torneio do futebol mundial.
Foi com o modelo R9 que Ronaldo marcou o primeiro gol da história a bordo de uma chuteira Mercurial.
O modelo pesava 200g, a primeira com várias opções e cores, o que se tornou uma febre entre jogadores profissionais e boleiros de final de semana.
Anos 2000
Nike Zoom Air Total 90
O nome já diz tudo: Total 90, projetada para dar conforto ao jogador durante os 90 minutos de jogo. Os modelos davam show em tecnologia com uso de silicone para proteção e ataque e algumas até com aerodinâmica com inclusão de uma camada de ar no solado.
Foi o grande lançamento da primeira década do século XXI. Todo boleiro que se preze já quis ter uma dessa.
Jogadores como: Fernando Torres, e o inglês Wayne Rooney, o lateral, Roberto Carlos usaram o modelo em campo.
Adidas F50
Um dos maiores jogadores de todos os tempos, Lionel Messi exerceu boa parte do seu trabalho de outro planeta com a chuteira F50, da Adidas.
A ideia dos novos tipos deste artefato se confunde com as próprias características do atleta argentino.
Puma V1.06
Lançada originalmente em 2006, a Puma V1.06 foi um marco na história da fornecedora alemã. Além de ser a primeira chuteira da história com o cabedal feito com uma microfibra têxtil, o modelo foi, na época, o mais leve produzido pela Puma, pesando apenas 218g.
O camaronês, Samuel Eto’o, foi o principal modelo da chuteira na época.
A edição comemorativa tem exatamente a mesma estrutura e tecnologias da versão original, como o material do cabedal, cadarço assimétrico, e solado com travas longitudinais e placa em fibra de carbono. O selo comemorativo de 10 anos vai na palmilha. Foram produzidos apenas 500 pares do modelo.
2010 – Chuteira de cano alto
Essa década viu surgir novamente as chuteiras de cano alto, mais conhecidas como chuteiras botinhas.
As chuteiras botinhas têm o objetivo de trazer ao atleta maior sensibilidade com a bola. A ideia é fazer que o jogador sinta realmente a sensação do contato com ela, aumentando o domínio e controlando melhor o seu jogo.
O tamanho e a quantidade das travas da chuteira também influencia muito no estilo de jogo. Com a evolução do futebol, elas também mudaram, ajudando nos mais diferenciado tipos de gramado.
Um exemplo é a diferença entre chuteiras FG e SG para campo.
Chuteiras dos craques da atualidade
Messi: Adidas F50
Lionel Messi é patrocinado pela Adidas e em junho de 25, a marca lançou a F50 Messi, também chamada de Messi Prestig10. Ela é cheia de estilo e carrega um design inspirado na F50.9 Tunit de 2009. Bonitona, né?
Cristiano Ronaldo: Mercurial Vapor
A Mercurial Vapor I RGN traz de voltas o icônico esquema de cores “Black Cinder Maize”, inspirada no jovem Cristiano Ronaldo que atuava pelo Sporting. Essa chuteira traz uma mescla de inovação e saudosismo.
Neymar: Puma Future
A Puma Future tem o lema “nosso menino de volta para casa” celebrando o retorno do craque aos gramados brasileiros.
Raphinha: Predator 25
A Predator 25 é uma chuteira que celebra as diferentes gerações do futebol brasileiro, com nomes como Túlio Maravilha, Neto, Kaká e hoje quem veste essa linda chuteira é o craque Raphinha.
Chuteiras de campo é na Futfanatics!
Meu parça boleiro, esse foi o nosso texto: a evolução da chuteira do futebol. Uma verdadeira viagem na história de uma das ferramentas mais importantes para os fanáticos por futebol.
Veja também: Chuteiras de futebol: Cinco modelos que fizeram história
